Já paraste para pensar o porquê de alguns produtos serem populares apenas por alguns anos ou até meses e outros nunca perderem a popularidade? Está relacionado com o ciclo de vida do produto. Muitas pessoas conhecem este conceito, no entanto, poucas são as que acabam por utilizá-lo com propósito e eficiência. Ora, esta ferramenta é um instrumento de gestão que pode demarcar-te da tua concorrência.
O ciclo de vida do produto representa o período de tempo desde que um produto é introduzido no mercado até deixar de ser comercializado. É usado por gestores e profissionais de marketing como um fator para decidir quando é apropriado aumentar a publicidade, reduzir o preço, expandir para novos mercados ou redesenhar a embalagem, por exemplo. Ao processo de elaboração de estratégias para suportar e manter continuamente um produto chama-se gestão do ciclo de vida do produto.
Podem ser identificadas 4 fases no ciclo de vida de um produto:
- Desenvolvimento: primeira vez que o produto é introduzido aos clientes. Normalmente envolve investimento substancial em publicidade e campanhas de marketing focadas na sensibilização dos consumidores para o produto e os seus benefícios, sobretudo se a sua função for desconhecida para a maioria. Tende a existir pouca ou nenhuma competição entre produtos, pois os outros concorrentes podem estar a obter uma primeira visão dos produtos rivais. Os resultados financeiros costumam ser negativos devido às poucas vendas e aos preços baixos para estimular o interesse dos clientes, sendo que a estratégia de vendas ainda não está definida.
- Crescimento: a procura e produção aumentam e a sua disponibilidade expande-se. Existe um ritmo elevado de crescimento de vendas, mas os gastos em publicidade e marketing (agora para diferenciar o produto e a marca dos demais) mantêm-se também elevados e costuma verificar-se aumento da concorrência e eventual diminuição do preço. A disponibilidade e preço do produto são fulcrais para prolongar as vendas do produto face aos concorrentes. É possível implementar economia de escala.
- Maturidade: quando o produto atinge o seu máximo potencial e ocorre estabilização das vendas, resultando na diminuição ou (até pequenos declínios) do ritmo de crescimento. Os custos de produção e de marketing decrescem, pelo que esta é a fase mais rentável. Começam a existir sinais de saturação de mercado. Por isso, as tentativas competitivas de alcançar e manter a preferência da marca envolvem fazer diferenciações cada vez mais subtis no produto, nos serviços ao cliente e nas práticas promocionais. Deve-se agora, mais do que nunca, comunicar diretamente com o consumidor. Um produto novo deve ser explicado, enquanto um produto maduro deve ser diferenciado.
- Declínio: o produto começa a perder quota de mercado e entra em declínio. A queda de vendas deve-se à saturação de mercado e produtos concorrentes e os preços e as margens são esmagados. Algumas empresas sobrevivem ao declínio e continuam a oferecer o produto, mas a sua produção é de volume reduzido. Outras preferem sair do mercado e seguir para o próximo novo produto. Os consumidores podem recusar um produto em detrimento de uma nova alternativa, como sucedeu com as cassetes de vídeo, por exemplo. Todos os produtos passarão, eventualmente, por esta fase.
Com o ciclo de vida do produto és capaz de, entre outros: tomar decisões mais sustentadas (com mais dados e conhecimento), otimizar investimentos de marketing, ter melhor planeamento estratégico a longo-prazo e preparares-te melhor para enfrentar a concorrência.
Se tens um produto e não sabes em que parte do ciclo se enquadra, o primeiro passo é identificar a sua fase atual, de forma a saberes como proceder para extrair o máximo dele e garantir que te traz o maior lucro possível.